Colonização Polonesa no Brasil
O movimento migratório de poloneses (polacos) para o Brasil ocorreu principalmente nos séculos XIX e XX. A maioria dos imigrantes estabeleceu-se no Paraná e em São Paulo.
Por volta de 1840, as Américas começavam a investir em políticas de imigração. O Governo Imperial do Brasil tinha interesse em povoar os vazios demográficos do país e ainda suprir as lavouras de trabalhadores, visando substituir a mão de obra que rareava com a abolição do tráfico de pessoas negras escravizadas. A Lei Orçamentária brasileira de 1842 concedia terras devolutas para a criação de núcleos coloniais.
Em 1884, era publicado o “Guia do Emigrante para o Imperio do Brazil”, com o intuito de vertê-lo para o francês, o alemão e o italiano, a fim de fazer propaganda do Brasil nos países europeus.
Os poloneses que imigravam para o Brasil, em um âmbito geral, buscavam melhores condições de vida no novo continente, visto que o seu território de origem experimentava um processo de perda de independência e, dessa forma, espalhava-se entre as pessoas um sentimento de risco à segurança individual e coletiva, algo que se consolidou com a ocupação realizada pelas potencias europeias no período. Além disso, deve-se frisar que a crise econômica instalada no meio rural polonês – em um contexto de atividade industrial muito pueril que não conseguiria absorver o campesinato – serviu como mola propulsora para intensificar a onda migratória, na busca por terras em território brasileiro.
A migração polonesa para o Brasil nesse momento acompanhava a chegada de alemães no país e, esses dois grupos, territorializaram áreas nos atuais estados de Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul e Espírito Santo, seguindo a lógica de colonização de áreas com baixa densidade demográfica. Nesse mesmo período, muitos poloneses desembarcaram no Rio de Janeiro e em São Paulo para o trabalho nas lavouras cafeeiras. Entre 1890 e 1891 ocorre a denominada “febre brasileira”, período no qual intensificou-se a vinda de polacos para o Brasil, com estimativas de 80 mil cidadãos que migraram para Curitiba e São Bento.
A partir de 1905 observa-se um novo perfil de imigrantes poloneses no Brasil: os intelectuais, em geral jovens que participaram do movimento revolucionário na Polônia e que, sendo assim, começaram a ser perseguidos pelos governantes poloneses e, dessa forma, a migração adquiria um significado político ainda maior, além do econômico que existia desde os primeiros fluxos rumo ao Brasil. A eclosão da Primeira Grande Guerra enfraqueceu essa onda migratória.
Pós Grande Guerra, o fluxo de migrantes poloneses no Brasil voltava a crescer, sendo composto agora de uma significativa parcela de indivíduos judeus, que saíam de sua terra natal objetivando fugir do antissemitismo, intensificado a partir de 1919, sobretudo a partir da ascensão de governos fascistas em territórios europeus. A partir de 1930, o governo brasileiro iniciou uma política de cotas para a recepção de migrantes no país, estabelecendo que o volume de imigrantes não poderia superar 2% do contingente de estrangeiros que haviam fixado residência no Brasil nos últimos cinquenta anos.
Atualmente, estima-se que haja entre 1,5 e 1,8 milhões de descendentes de poloneses no país. É a terceira maior população de ascendência polonesa no mundo, depois dos Estados Unidos e da Alemanha. Na América Latina, o Brasil é o país com mais imigrantes dessa etnia.
Extraído de: http://poloniabrasil.org.br; http://polonesesnobrasil.com.br; Wikipedia
Colonização Polonesa no Rio Grande do Sul
1886 é considerado como marco inicial da imigração polonesa no Rio Grande do Sul. Um grupo de 300 imigrantes, não conseguindo se adaptar ao clima do Estado da Bahia, para onde primeiramente se encaminharam, migra para o norte de Porto Alegre e funda as colônias Santa Teresa e Santa Bárbara. Em 1888, são demarcados aos lotes da Colônia Mariana Pimentel que recebe as primeiras levas de imigrantes poloneses no ano seguinte.
Colonização Polonesa em Santa Catarina
Nesta primeira fase, poucos colonos poloneses se fixaram em Santa Catarina devido ao clima e ao território hostil (habitado por índios). Não conviviam bem com as colônias alemãs, predominantes na região. Santa Catarina foi na época uma província de passagem, onde os imigrantes desembarcavam no porto de Itajaí mas se dirigiam principalmente para o Paraná e o Rio Grande do Sul.
Colonização Polonesa no Espírito Santo
Em 1873 chegaram ao Espírito Santo cerca de 60 famílias polonesas (como cidadãos alemães) provenientes da Prússia, da Pomerânia e da Silésia (da região de Wrocław), e que juntamente com os alemães estabeleceram-se principalmente em Santa Leopoldina e Santa Teresa. Segundo fontes brasileiras, a partir de 1876 teve início a colonização do vale do rio 25 de Julho, situada na parte inferior da serra de Santa Teresa, na direção de rio Doce, primeiramente por imigrantes italianos, alemães e suíços. No ano seguinte poloneses ocuparam as terras ao longo do rio 5 de Novembro, dando início à colônia chamada Patrimônio dos Polacos ou Santo Antônio dos Polacos. No norte capixaba, é fundada pela associação denominada Sociedade Colonizadora de Varsóvia, a cidade de Águia Branca, que recebeu este nome por ser o símbolo da Polônia.
Colonização Polonesa no Paraná
O Paraná é o estado com maiores influências da cultura polonesa no Brasil e cuja imigração foi mais documentada não somente por historiadores, mas também graças ao clero polonês, que não se limitou aos fins pastorais mas colaborou decisivamente em muitos aspectos na sustentabilidade da cultura polonesa entre os imigrantes.
Há, que se dedicar um espaço nessa descrição para se falar dos pioneiros da imigração polonesa ao Paraná: Padre Antônio Zielinski e Sebastião Edmundo Wós Saporski.
Padre Antônio Zielinski era vigário na cidade de Gaspar próximo às colônias Brusque e Blumenau, em Santa Catarina,quando se encontrou com Sebastião Saporski. O padre era natural de Lwów e havia participado de uma revolução na Polônia em 1863, contrabandeando armas para o exército da Prússia. Fugiu, então para Liverpool, onde embarcou em um navio para o Texas, chegando ao Brasil em 1869.
Sebastião Wós nasceu em janeiro de 1844, e vivia com sua família na aldeia de Siolkowice na região da Silésia -parte prussiana da Polônia –sendo ele o segundo filho não herdou terras, mas teve oportunidade de estudar em uma escola secundária, Saporski desertou do alistamento ao exército prussiano e embarcou em um navio rumo a América do Sul. Em um entreposto na Inglaterra ele consegue documentos com um novo nome: Sebastian Edmund Wós Saporski.
Ao chegar ao Brasil, passando anteriormente por Montevideo, Saporski chegava à colônia Blumenau, onde se encontra com Pe. Zielinski, e ao saberem da iniciativa do Império Brasileiro em dividir terras para a criação de mais Colônias Oficiais, ambos se animam para liderar uma empreitada capaz de promover a vinda de colonos poloneses ao Brasil. Interessado que estava em conseguir junto ao Governo Imperial uma concessão de terras para a colocação de imigrantes de sua Polônia, Saporski estudou com Padre Zielinski a possibilidade de realizarem tal empreitada.
Interesse este, que posteriormente se voltou para a promissora Província do Paraná, cujo Vice-Presidente Provincial, mantinha uma relação boa com Saporski e se mostrava disposto a ajuda-lo na ideia da imigração, aproveitando, assim, para chamar imigrantes para que ocupassem as terras delimitadas para a colonização no Paraná. Saporski recorreu ao Vice-Presidente da Província do Paraná, Agostinho Ermelino de Leão, para tratar sobre a transmigração de seus compatriotas. A resposta inicial dada pelo Presidente da Província, Venâncio Lisboa, fora positiva desde que os imigrantes se instalassem na colônia Assunguy, promissora região ao norte do município de Curitiba, onde atualmente é a cidade de Cerro Azul.
Posteriormente e atendendo a interesses dos dirigentes das colônias catarinenses, Agostinho Ermelino de Leão indefere o pedido de transmigração dos poloneses. O êxodo dos primeiros imigrantes poloneses para o Paraná, liderados por Saporski, se deu de maneira ilegal, com a saída de alguns homens casados indo em direção a Curitiba a pé, para que na sequência suas esposas e filhos fossem juntar-se a eles. A saída dos primeiros imigrantes da Colônia Itajahy, rumo a Curitiba em 1870 se encerrou com Saporski não tendo conseguido obter pelos meios legais a transmigração dos colonos. Sabia ele que o diretor da Colônia impediria isso por todos os modos e meios.
Estabeleceu então uma distribuição dos poloneses que deveriam sair da colônia para Curitiba com o propósito de reunir, posteriormente, cada família ao seu chefe; conseguiu convencer alguns elementos, em número de 13, a irem para aquele lugar, numa leva na maioria constituída por homens.
As primeiras famílias a chegarem a região de Curitiba, se instaram na Colônia Assungui, mas como o terreno era muito acidentado e difícil para a agricultura, Saporski fez novas solicitações de terras para destinar os colonos. Foi então que, a Câmara Municipal de Curitiba ofereceu terrenos às margens do Rio Barigui, e as delimitações das terras para colônias foram se ampliando para a região das Mercês e do Pilarzinho.
Em setembro de 1871, os colonos poloneses chegaram a Curitiba e se instalaram nos arredores da cidade, nos terrenos oferecidos pela Câmara Municipal de Curitiba, nos bairros Pilarzinho e Mercês.
As 32 famílias, formadas por 164 pessoas, fundaram a Colônia Pilarzinho e são consideradas as pioneiras na história da imigração polonesa para o Paraná.
Em 1873, mais 64 famílias de imigrantes poloneses vindos da Prússia Ocidental, contando 258 pessoas, chegaram ao Brasil via Porto de São Francisco, em Santa Catarina. Sabendo das colônias dos conterrâneos no Paraná, pediram autorização para também se instalarem nesse Estado. Dessa vez foram cedidos terrenos no bairro do Ahú, em Curitiba, e a colônia recebeu o nome de Abranches, em homenagem ao Presidente do Paraná na época, Frederico Abranches, grande incentivador da imigração polonesa para o Estado.
Extraído de: http://poloniabrasil.org.br; http://polonesesnobrasil.com.br; Wikipedia
Sobre a SZ Presentes Polônia
A SZ Presentes Polônia, tem o orgulho de oferecer presentes, lembranças e acessórios com a temática polonesa como forma de valorizar e manter viva a memória e legado dos antepassados aqui estabelecidos.
A empresa é curitibana e formada por descendentes dos primeiros poloneses que imigraram para o Brasil em 1873. Vindos de Brusque para o bairro Abranches.
Os produtos são concebidos a partir de ideias e design próprios e são confeccionados por empresas (fornecedores) brasileiros.
As famílias Szwonka e Szczepanski. Ambos sobrenomes originais poloneses com as iniciais SZ, deram origem a empresa SZ Presentes Polônia.